O presente trabalho tem como objetivo analisar criticamente a prática da telerradiologia no Brasil, com ênfase na estruturação dos laudos médicos, nas implicações éticas e legais envolvidas e na responsabilidade profissional dos radiologistas. A pesquisa se fundamenta em uma abordagem qualitativa, por meio de revisão de literatura especializada, análise de documentos normativos, estudos científicos e reflexões teóricas que envolvem os campos da ética médica, da gestão em saúde e da qualidade assistencial. A telerradiologia tem se consolidado como uma importante ferramenta para ampliar o acesso ao diagnóstico por imagem, sobretudo em regiões remotas e em contextos de escassez de profissionais especializados.
Contudo, os resultados desta investigação apontam que, apesar dos avanços tecnológicos, persistem falhas estruturais relevantes, como a ausência de padronização dos laudos, uso de linguagem genérica, omissão de dados clínicos e distanciamento entre o profissional radiologista e a equipe assistencial. Essas limitações comprometem a qualidade diagnóstica e a segurança do paciente. Além disso, a lógica produtivista presente em muitos serviços de telerradiologia pressiona os profissionais a emitirem laudos em larga escala, o que pode resultar em sobrecarga, perda de rigor clínico e precarização do trabalho médico.
A pesquisa também evidencia que a regulamentação vigente, embora relevante, é insuficiente diante da fragilidade da fiscalização e do cumprimento das normas. Conclui-se que, para que a telerradiologia cumpra sua função social de forma ética, eficaz e segura, é necessário investir em protocolos técnicos claros, formação continuada, responsabilização profissional e articulação entre tecnologia e cuidado humanizado. O estudo defende que a tecnologia deve estar a serviço do paciente, respeitando os princípios da ética médica, da integralidade do cuidado e da qualidade assistencial.
DOI: 10.63330/livroautoral102025-
ISBN: 978-65-83849-13-7
Ano de publicação: 2025
Numero de páginas: 1-86